quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GRÁVIDO

há um não vento pra lá da minha janela
no quarto o calor me envolve
enquanto a ponta da caneta
saltita sobre a folha
brinca entre meus dedos folgazã

há uma ânsia em meu dentro de eu ser feliz
desapegado equânime contente
com tudo que acontece e me chega

há uma quase certeza de que tudo
é o que é
sem razões específicas de o ser
todas as coisas em seu lugar
o não vento o calor a ponta da caneta

e a poesia que borbulha no meu dentro
esse dentro preenchido de amor
grávido de vida
terra semeada e fértil
útero onde se forma Deus

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