terça-feira, 24 de março de 2020

CORONAVÍRUS

em  meio à rejeição dos irmãozinhos vindos
vindos mal-vindos infundindo o medo
meu coração se alarga e acolhe os pequeninos
os virusinhos pequeninos mínimos
formazinhas de vida cósmicos brinquedos
que nos infundem medo tanto medo
mas que inocentes nada sabem do medo
apenas brincam brincam brincam brincam

cumprem seu ciclo como nós o cumprimos
neles perpassa a mesma essência infinita
em suas forma pequenina que termina
como a nossa termina quando o ciclo é cumprido
são nossos irmãozinhos rejeitados
são nossos irmãozinhos desprezados
são nossos irmãozinhos não queridos
se vieram permite-o Deus grande mistério é isso
deixem-nos vir entre nós os pequeninos
são expressão da Vida e toda a Vida é divina

JESUS QUE PASSA

sempre encontro Jesus: pelas calçadas
das ruas da cidade ele caminha
triste sem rumo maldizendo a vida
ele tem fome e sede se angustia
ele é todo carência de uma amigo

sempre encontro Jesus pelas esquinas
mendigando a atenção dos que transitam
sem olhos de enxergá-lo em meio ao mundo
em meio a tanta gente ele sozinho
olhar sem brilho sem frescor sem viço
olhos de procurar tão doloridos

sempre encontro Jesus no crucifixo
do humano sofrimento aprisionado
eu queria abraçá-lo mas me inibo
eu queria beijá-lo e não o beijo
eu o vejo passar e às vezes choro
mas outras vezes passo e nem o vejo

PRESENÇA DE DEUS

no pássaro que voa eu vejo o pássato
esse pássaro é Deus
na água que flui sobre o leito do rio
vejo a água que flui sobre o leito do rio
essa água é Deus o rio é Deus

na nuvem do céu no ar frio da manhã
vejo a nuvem do céu sinto o ar frio
essa nuvem é Deus que está no céu
esse frio é Deus permeando a manhã

nas pedras que piso pela estrada
na poeira da estrada
na estrada
pedra pó da estrada e estrada são Deus

é Deus a fragrância da flor
o verde da folha verde é Deus
o sorriso na boca da criança
cada passante que passa
o pleno e o vazio tudo é Deus

PÁSSARO PERDIDO

meu coração de humano
tem vezes fraqueja e chora
ele sente assim essa vontade de choro
e manda lágrimas pros meus olhos que choram
há tantas dores (Deusinho) no mundo

meu coração de humano pulsa um passarinho
aflito é frágil dolorido com frio
o passarinho se perdeu do abrigo
tem medo está só meu coração de humano
esse que às vezes choro

meu coração de humano pássaro sem rumo
pássaro perdido
meu coração fica todo tristinho
todo fechado em si e fechado se aflige

meu coração de humano
tem vezes que ele chora
há tantas dores no mundo (Deusinho)
mas nunca chora em mim o coração divino_