dói-me a cabeça porque a tenho
dói-me o meu corpo em que me habito
contínua febre calafrio
dói-me a garganta áspera e seca
eis que me chega a irmã doença
sem me fazer mesmo um pedido
ela me chega: não me agito
ela me chega: eu a recebo
com ela vem o ensinamento
de que o que vem será bem-vindo
ela me traz o sábio ensino
tudo que há é impermanente
tudo o que nasce se fenece
todo formado é destruído
um dia são: outro enfermiço
hoje presente: após ausente
e só o Espírito (somente
Ele) Se faz permanecido
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
LIBERAÇÃO
as dualidades me aprisionam a alma
elas me encarceram em tudo que não é
o que não é (às vezes) me fascina
quando me entrego ao gozo das coisas
as coisas me entorpecem a alma
a alma se esquece de que as coisas não são
nas dualidades a dimensão das coisas
a ilusão das coisas
a prisão da alma nas coisas
antes (no paraíso) ia livre a alma
sem ter provado o fruto dual da árvore
a alma ia livre no vento
antes não havia tempo
só havia sol e bem-aventurança
as dualidades me aprisionam a alma
mas num corte no tempo a alma escapa no vento
deixa as dulidades todas
se vê una inteira bem-aventurad
elas me encarceram em tudo que não é
o que não é (às vezes) me fascina
quando me entrego ao gozo das coisas
as coisas me entorpecem a alma
a alma se esquece de que as coisas não são
nas dualidades a dimensão das coisas
a ilusão das coisas
a prisão da alma nas coisas
antes (no paraíso) ia livre a alma
sem ter provado o fruto dual da árvore
a alma ia livre no vento
antes não havia tempo
só havia sol e bem-aventurança
as dualidades me aprisionam a alma
mas num corte no tempo a alma escapa no vento
deixa as dulidades todas
se vê una inteira bem-aventurad
terça-feira, 29 de novembro de 2016
SORRISO DE IRIS
há uma criança nascendo
à beira de um largo rio
uma criança está vindo
quase no fim de novembro
há o florescer do momento
em que floresce o sorriso
de uma criança (tão vivo)
não aprisionado ao tempo
pois que o sorriso está sendo
antes de ele haver nascido
esse é um sorriso divino
cheio de contentamento
vem bailando ao som do vento
ao som do seu assovio
sorri pra mim que o persigo
já me anula o sofrimento
por onde eu vou vai comigo
me faz feliz me faz pleno
à beira de um largo rio
uma criança está vindo
quase no fim de novembro
há o florescer do momento
em que floresce o sorriso
de uma criança (tão vivo)
não aprisionado ao tempo
pois que o sorriso está sendo
antes de ele haver nascido
esse é um sorriso divino
cheio de contentamento
vem bailando ao som do vento
ao som do seu assovio
sorri pra mim que o persigo
já me anula o sofrimento
por onde eu vou vai comigo
me faz feliz me faz pleno
INSONE
os gatos dormem
os cachorros dormem
os pássaos dormem
todos os passarinhos dormem
dormem as plantas
dormem as pedras o seu sono de pedra
mas João não dorme
e insone se lamenta da sorte
por que é que os gatos dormem
os cachorros os pássaros dormem?
por que é que todos os passarinhos
e as plantas e as pedras dormem?
por que é que João não dorme
e insone se lamenta da sorte
Deus o Amor que também não dorme
não se lamenta da sorte
mas João vai distante do Amor
então João não dome e se lamenta da sorte
os cachorros dormem
os pássaos dormem
todos os passarinhos dormem
dormem as plantas
dormem as pedras o seu sono de pedra
mas João não dorme
e insone se lamenta da sorte
por que é que os gatos dormem
os cachorros os pássaros dormem?
por que é que todos os passarinhos
e as plantas e as pedras dormem?
por que é que João não dorme
e insone se lamenta da sorte
Deus o Amor que também não dorme
não se lamenta da sorte
mas João vai distante do Amor
então João não dome e se lamenta da sorte
sábado, 12 de novembro de 2016
AS FACES DE DEUS
AS FACES DE DEUS
é Deus em todas as faces
nas múltiplas faces que há é Deus
na face dos anjos e dos santos
na face do mendigo que implora comida é Deus
é Deus que implora comida na face do mendigo
é Deus em todas as faces
nas múltiplas faces que há é Deus
na face dos anjos e dos santos
na face do mendigo que implora comida é Deus
é Deus que implora comida na face do mendigo
é Deus na face das flores com seus rostos fragrância
na face do ventos (na transparência dos ventos)
na face do sol indo e vindo nos dias
é Deus nas faces (nas quatro faces) da lua
na face do ventos (na transparência dos ventos)
na face do sol indo e vindo nos dias
é Deus nas faces (nas quatro faces) da lua
é Deus em todas as faces
há todas as faces na face de Deus
na face dos que choram
há Deus que chora na face dos que choram
é possível senti-Lo nos que choram
achegar-se a Deus: devolver-Lhe a alegria
(vou enxugar a lágrima de Deus)
há todas as faces na face de Deus
na face dos que choram
há Deus que chora na face dos que choram
é possível senti-Lo nos que choram
achegar-se a Deus: devolver-Lhe a alegria
(vou enxugar a lágrima de Deus)
na escuridão do medo (só aí) eu sei
só aí (na face escura do medo) não é Deu
só aí (na face escura do medo) não é Deu
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
RECORDAÇÃO DO PRESENTE
havia um fosso: foi transposto o fosso
a minha mão pousava em tua mão
o coração falava ao coração
o meu e o teu davam lugar ao nosso
havia uma avenida e o caminhar
o nosso caminhar pela avenida
um claro azul no céu: havia a vida
à destra carros e à esquerda o mar
dentro de mim como antes não coubera
havia o sentimento da alegria
em ti o mesmo sentimento havia
havia o dia três na primavera
grávido assim de luz e amor sem fim
algo havia de eterno no momento
havia os nossos passos contra o vento
havia abismos de ternura em mim
a cessação de todo sofrimento
em nosso olhar havia o nosso sim
a minha mão pousava em tua mão
o coração falava ao coração
o meu e o teu davam lugar ao nosso
havia uma avenida e o caminhar
o nosso caminhar pela avenida
um claro azul no céu: havia a vida
à destra carros e à esquerda o mar
dentro de mim como antes não coubera
havia o sentimento da alegria
em ti o mesmo sentimento havia
havia o dia três na primavera
grávido assim de luz e amor sem fim
algo havia de eterno no momento
havia os nossos passos contra o vento
havia abismos de ternura em mim
a cessação de todo sofrimento
em nosso olhar havia o nosso sim
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
LEVEZA
é uma doce leveza
uma leveza que flutua
na alma que sou
uma alegre leveza
uma leveza que me alarga a alma
faz a alma sorrindo
é Deus que baila ali na alma
baila e desliza pelas dobras da alma
convida a alma ao bailado do céu
ao bailado dos anjos
etéreo e suave bailado dos anjos
etéreo e suave bailado de Deus
é uma leveza que me deixa contente
ao levantar-me ao caminhar-me ao dormir-me
essa leveza se expande na alma que sou
é uma leveza ali na alma
ela me toca tanto que é lágrima
a leveza dos anjos e de Deus
uma leveza que flutua
na alma que sou
uma alegre leveza
uma leveza que me alarga a alma
faz a alma sorrindo
é Deus que baila ali na alma
baila e desliza pelas dobras da alma
convida a alma ao bailado do céu
ao bailado dos anjos
etéreo e suave bailado dos anjos
etéreo e suave bailado de Deus
é uma leveza que me deixa contente
ao levantar-me ao caminhar-me ao dormir-me
essa leveza se expande na alma que sou
é uma leveza ali na alma
ela me toca tanto que é lágrima
a leveza dos anjos e de Deus
sábado, 1 de outubro de 2016
PARA SOPHIA (II)
eu me recordo (como se hoje fosse)
daquela madrugada benfazeja
em que chegavas (que bendita seja
a mãe tão carinhosa que te trouxe)
eu me recordo da manhã tão doce
em que eras recém-vinda (sempre esteja
nos teus caminhos Deus) Deus te proteja
eu me recordo como se hoje fosse
eu me lembro tão bem de teu corpinho
deitado no berçário qual presente
que era ofertado ao coração contente
meu coração repleto de carinho
por tua chegada (vieste de mansinho
e me trouxeste a mais terna alegria:
poder tornar meus braços o teu ninho
onde repousas ao findar do dia
onde descansas no ombro do avozinho
serena e suave assim doce Sophia)
daquela madrugada benfazeja
em que chegavas (que bendita seja
a mãe tão carinhosa que te trouxe)
eu me recordo da manhã tão doce
em que eras recém-vinda (sempre esteja
nos teus caminhos Deus) Deus te proteja
eu me recordo como se hoje fosse
eu me lembro tão bem de teu corpinho
deitado no berçário qual presente
que era ofertado ao coração contente
meu coração repleto de carinho
por tua chegada (vieste de mansinho
e me trouxeste a mais terna alegria:
poder tornar meus braços o teu ninho
onde repousas ao findar do dia
onde descansas no ombro do avozinho
serena e suave assim doce Sophia)
domingo, 31 de julho de 2016
CONTROLE
egos almejam controle
almejam porém em vão
pois o homem pões: Deus dispõe
quando o homem diz sim: Deus não
então o ego se amofina
e briga com Deus então
se amargura se angustia
perde a beleza do dia
endurece o coração
Deus é que está no controle
do que há nos céus e no chão
se o homem se entrega a Deus
Deus o toma pela mão
tira-lhe a venda dos olhos
desvela toda a ilusão
o ego então se desfaz
a alma se enche de paz
de amor de luz de perdão
almejam porém em vão
pois o homem pões: Deus dispõe
quando o homem diz sim: Deus não
então o ego se amofina
e briga com Deus então
se amargura se angustia
perde a beleza do dia
endurece o coração
Deus é que está no controle
do que há nos céus e no chão
se o homem se entrega a Deus
Deus o toma pela mão
tira-lhe a venda dos olhos
desvela toda a ilusão
o ego então se desfaz
a alma se enche de paz
de amor de luz de perdão
quinta-feira, 7 de julho de 2016
FOLHA BRANCA
na folha branca uma árvore
terra em que a árvore está
terra na folha branca
chuva que molha a terra na folha
mãos humanas que cortam a árvore
mãos humanas que fazem a folha
na folha branca uma nuvem
de onde a chuva vem
um rio tornado nuvem na folha branca
um rio com seu leito suas margens seus seixos
na folha branca o céu
onde a nuvem mora
na folha o sol que alimenta a árvore
os pássaros do céu que semeiam a terra
voam na folha branca
na folha branca todos as coisas criadas
as que se movem e as que não se movem
o uno e o verso ali na folha branca
terra em que a árvore está
terra na folha branca
chuva que molha a terra na folha
mãos humanas que cortam a árvore
mãos humanas que fazem a folha
na folha branca uma nuvem
de onde a chuva vem
um rio tornado nuvem na folha branca
um rio com seu leito suas margens seus seixos
na folha branca o céu
onde a nuvem mora
na folha o sol que alimenta a árvore
os pássaros do céu que semeiam a terra
voam na folha branca
na folha branca todos as coisas criadas
as que se movem e as que não se movem
o uno e o verso ali na folha branca
quinta-feira, 9 de junho de 2016
segunda-feira, 30 de maio de 2016
DANÇARINO CÓSMICO
Deus canta no canto dos pássaros
exala fragrância no perfume da flor
Deus molha meus pés no frio das águas da Praia Grande
dança no vento chove na chuva
me aquece o coração no sol
que Ele mesmo faz brotar dentro de mim
Deus verdeja no verde das folhas verdes
e Se reparte em cores
nas cores todas que há
Deus chora no choro dos que choram
passeia nos passos do andarilho
Se esconde na toca dos bichos
pisca-pisca nas estrelinhas distantes
beija no beijo dos amantes
Deusa adormece no sono das formas
desperta a cada dia nos Seus filhos
Deus baila o bailado da vida
e me convida a bailarmos felizes
exala fragrância no perfume da flor
Deus molha meus pés no frio das águas da Praia Grande
dança no vento chove na chuva
me aquece o coração no sol
que Ele mesmo faz brotar dentro de mim
Deus verdeja no verde das folhas verdes
e Se reparte em cores
nas cores todas que há
Deus chora no choro dos que choram
passeia nos passos do andarilho
Se esconde na toca dos bichos
pisca-pisca nas estrelinhas distantes
beija no beijo dos amantes
Deusa adormece no sono das formas
desperta a cada dia nos Seus filhos
Deus baila o bailado da vida
e me convida a bailarmos felizes
quarta-feira, 4 de maio de 2016
O CAMINHO E EU
Ele me toma pela mão
como criança d'Ele
eu sou criança ansiosa de vida
Ele é caminho é verdade é vida
me toma pela mão e me convida à vida
sopra nas folhas (no verde das folhas)
sopra na nuvem nas ondas da praia
sopra nas minhas narinas e me enche de vida
como criança d'Ele
eu sou criança ansiosa de vida
Ele é caminho é verdade é vida
me toma pela mão e me convida à vida
sopra nas folhas (no verde das folhas)
sopra na nuvem nas ondas da praia
sopra nas minhas narinas e me enche de vida
Ele me toma pela mão
Ele corre de mãos dadas comigo
se me fadigo Ele me leva no colo
como criança d'Ele
me coloca no berço do Seu colo e me acalenta
canta cantigas lá do céu e me acalenta
durmo ao som desse canto que é doce
Ele corre de mãos dadas comigo
se me fadigo Ele me leva no colo
como criança d'Ele
me coloca no berço do Seu colo e me acalenta
canta cantigas lá do céu e me acalenta
durmo ao som desse canto que é doce
depois acordo e Ele me toma pela mão
a mão d'Ele é suave e me apascenta
vamos nós dois pelo caminho (que é Ele
a mão d'Ele é suave e me apascenta
vamos nós dois pelo caminho (que é Ele
sexta-feira, 15 de abril de 2016
PERCEPÇÃO
na alvorada de tudo que é
ali estava Deus
ali Deus era sereno e hábil fazedor das coisas
Deus Se faz (perenemente Se faz)
nas coisas que há
Deus passeia contente nas coisas
com Seu olhar contempla o que faz
contempla amoroso o que faz
brinca nas coisas me convida ao jogo
às brincadeiras de Deus
pra que eu seja feliz
pra que eu respire e olhe e caminhe feliz
pra que eu me banhe nas águas e viva
viva dentro de Deus
na alvorada de tudo que é
ali estava Deus
antes d'Ele Ele havia
ao por do sol Ele adormece e sorri
ali estava Deus
ali Deus era sereno e hábil fazedor das coisas
Deus Se faz (perenemente Se faz)
nas coisas que há
Deus passeia contente nas coisas
com Seu olhar contempla o que faz
contempla amoroso o que faz
brinca nas coisas me convida ao jogo
às brincadeiras de Deus
pra que eu seja feliz
pra que eu respire e olhe e caminhe feliz
pra que eu me banhe nas águas e viva
viva dentro de Deus
na alvorada de tudo que é
ali estava Deus
antes d'Ele Ele havia
ao por do sol Ele adormece e sorri
domingo, 3 de abril de 2016
INTIMIDADE
a cada dia Ele acorda e pensa em mim
no céu sorrindo ou no céu que chora ele me dá bom dia
senta-Se à mesa comigo e comemos os frutos da terra
Ele se multiplica em tantos pra ficar comigo
quando saio Ele vai ao meu lado (sereno)
livrando-me dos tropeços que há pelo caminho
livrando-me dos perigos que há
e permanece comigo a manhã todinha
quando volto a casa Ele está ali
Ele está ali e aqui e lá e acolá e alhures
preenche-me o coração de um gosto bom de vida
conforta-me nas dores quando as dores vêm
durante o dia inteirinho Ele fica por perto
e em tudo que ocorre Ele me diz que me ama
Ele sussurra aos meus ouvidos que me ama
à noite Ele se deita comigo
me faz cafuné me canta cantigas de ninar e eu durmo
Ele fica em vigília embalando-me o sono
no céu sorrindo ou no céu que chora ele me dá bom dia
senta-Se à mesa comigo e comemos os frutos da terra
Ele se multiplica em tantos pra ficar comigo
quando saio Ele vai ao meu lado (sereno)
livrando-me dos tropeços que há pelo caminho
livrando-me dos perigos que há
e permanece comigo a manhã todinha
quando volto a casa Ele está ali
Ele está ali e aqui e lá e acolá e alhures
preenche-me o coração de um gosto bom de vida
conforta-me nas dores quando as dores vêm
durante o dia inteirinho Ele fica por perto
e em tudo que ocorre Ele me diz que me ama
Ele sussurra aos meus ouvidos que me ama
à noite Ele se deita comigo
me faz cafuné me canta cantigas de ninar e eu durmo
Ele fica em vigília embalando-me o sono
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
CHUVA
há o som da chuva
da chuva vinda do céu
a chuva abençoando a terra
há o som dos pingos a chuva
tamborilando no chão
escorrendo líquidos pelo chão
há o som dessa água que molha a vida
molha a vida das plantas enraizadas na terra
o som líquido realçando os cheiros da terra
encharcando de vida a terra
umedecendo as pedras em que a água desliza
purificando a vida
lavando a alma das flores
o som da chuva de um Deus enamorado
que fecunda a vida
que fecunda a terra
de um Deus que escorre do céu
espargindo amor líquido sobre as coisas criadas
da chuva vinda do céu
a chuva abençoando a terra
há o som dos pingos a chuva
tamborilando no chão
escorrendo líquidos pelo chão
há o som dessa água que molha a vida
molha a vida das plantas enraizadas na terra
o som líquido realçando os cheiros da terra
encharcando de vida a terra
umedecendo as pedras em que a água desliza
purificando a vida
lavando a alma das flores
o som da chuva de um Deus enamorado
que fecunda a vida
que fecunda a terra
de um Deus que escorre do céu
espargindo amor líquido sobre as coisas criadas
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