LIBERDADE

o tempo era a prisão em que eu vivia
era o irreal em que eu acreditava
o tempo era o irreal em que eu andava
a gaiola que o pássaro prendia

então preso ao passado e ao que viria
eu perdia a beleza do momento
me aprisionava ao tempo o pensamento
a vida em seu momento então perdia

diante de um rio eu só me perguntava
de onde ele vem? pra onde ele vai? não via
não via o rio que por mim passava

mais eis que chega Deus aquém do tempo
Deus me mostra o caminho sem fronteira
Deus me ensina que o tempo é brincadeira
diz que nos altos céus não mora o tempo

diz que esses céus estão dentro de mim
diz que a vida não tem princípio e fim
é mistério do eterno em que estou sendo

EU

a criança que me habita
é quem sorri no meu riso
é quem me faz aprendiz
de como viver a vida

quando me acorda ela brinca
brinca quando estou dormindo
sempre a brincar me convida
nunca nunca se afadiga
nunca nunca vive aflita

quando sinto adormecida
a criança que me habita
penso: a criança está finda

logo porém ressuscita
já não se faz escondida
essa criança bonita
essa criança divina

antes de eu vir já vivia
quando eu me for vive ainda