domingo, 10 de setembro de 2017

BOA NOVA

eu penso eu meço eu cronometro eu finjo
a vida (ela não pode ser medida)
ela começa nunca : ela não finda
ela só brinca e ao jogo me convida

mas eu teimo em medi-la : é minha sina
dos humanos viventes que caminham
buscando dar algum sentido à vida
como se a vida fosse estranho enigma

a vida (agora eu sei) não tem sentido
pois é o sentido de si mesma a vida
por isso ela se basta : ela é bonita
de uma beleza que não se decifra

eu penso eu meço eu cronometro eu finjo
a vida : e agindo assim colho a desdita
de aprisionar-me a indagações infindas
atrás de uma resposta que se adia

agora eu sei que a vida se ilumina
quando a vivo sem peso e sem medida

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