mora sede na garganta da alma
mora sede de uma água incontrolada
líquido eterno a água não-gerada
nascida líquida de si mesma a água
só dessa água a garganta se acalma
mata sua sede: nada mais a aplaca
é uma sede primeva na garganta da alma
outra água não há que a satisfaça
outros líquidos há de uma doçura amarga
líquidos que se esvaem e uma fonte em que nasçam
deles inquieta a alma não se aparta
mas mesmo assim busca a não-fonte da água
da água que flui antes que o mundo se faça
da água sempre havida e não-chegada
mora sede na garganta da alma
outros líquidos vêm: outros líquidos passam
mas pela alma uma água é desejada
essa que havia quando havia o nada
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
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