sentado na cama
as pernas dobradas
um dos filhos me chega
lá fora o latido de Shanti
(de Cristal? de Ananda?)
a cortina se deixa
atravessar pela luz
projeta sombra sobre a colcha
o vento vem vindo
vem sendo vem vivo
o vento vem
como vem ele vai
e volta o vento
que vive e voa e canta
dobro uma das pernas
ajeito a armação dos óculos
paro e mergulho em mim
vou escrevendo o poema
vou vendo o poema
fazer-se feto até nascer
no filho que chega
Deus está
em Shanti em Cristal e Ananda
na luz que atravessa a cortina
Deus está
no vento que vai
no vento que vem
Deus está
Ele está no poema
Ele sai de mim
mas permanece em mim
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